Dia Nacional de Combate ao Câncer: mulheres são maioria na estatística do Amazonas

Nesta sexta-feira, 27 de novembro, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer

Dia Nacional de Combate ao Câncer: mulheres são maioria na estatística do Amazonas
Médico mastologista Jesus Pinheiro explica que a principal característica do câncer continua sendo seu desenvolvimento lento e assintomático - Foto: Divulgação

Manaus - No Amazonas, 143,67 mulheres a cada grupo de 100 mil recebem o anualmente o diagnóstico do câncer, 28,5% a mais do que a projeção para homens, que fica em 111,78 para a mesma proporção. A taxa bruta de incidência, nome técnico que se dá a esse tipo de cálculo, é estimada pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer), subordinado ao Ministério da Saúde (MS), e ponta, em ambos os casos, para a mesma necessidade: prevenção, diagnóstico precoce e tratamento em tempo hábil!

Nesta sexta-feira, 27 de novembro, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Neste ano, entidades de todo o país alertam sobre a importância da manutenção do tratamento oncológico, que por conta da pandemia do novo coronavírus, ficou em segundo plano, comprometendo as chances de sucesso terapêutico. Com o tema “O momento certo é agora. Não adie. Faça o tratamento!”, o Inca reforçou a tese. No Amazonas, estado cuja incidência tem aumentado, ao longo dos anos, a Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), apoia a causa.

A última projeção, lançada pelo Inca há mais de dois anos, aponta que o Amazonas registra 5.410 casos da doença ao ano, sendo a maior parte (3.020), em mulheres, o que não descarta a importância de ambos os sexos buscarem meios de rastreio e detecção precoce, afinal, estamos no Novembro Azul, mês voltado à saúde do homem, alerta o vice-presidente da ONG, médico mastologista Jesus Pinheiro.
 
Pinheiro explica que a principal característica do câncer continua sendo seu desenvolvimento lento e assintomático. Ou seja: sem dor ou sinais aparentes. “A proliferação das células cancerígenas, que tem início quando uma única célula não segue o curso natural das demais, e tenta se perpetuar, gera o que chamamos de tumor maligno, ou simplesmente câncer. Os primeiros sintomas, como a dor, por exemplo, só ocorrem quando a massa atinge algum tecido próximo, comprimindo-o, ou, quando alcança um volume significativo, causando obstruções, o que demonstra que já não está na sua fase inicial. Por isso, o check up médico, a partir dos 50 anos, principalmente, pode ajudar na detecção dessas alterações”, frisou.
 
Exames chamados de rastreio, como a mamografia, o preventivo ginecológico (Papanicolau) – para mulheres - , o de toque retal, o de dosagem do PSA – para homens -, entre outros, são necessários e podem salvar vidas, de acordo com o especialista. Jesus Pinheiro destaca que o  câncer está entre as doenças que mais matam no mundo. “Justamente porque o diagnóstico não ocorre, geralmente, na fase inicial. Quanto mais tarde a doença é descoberta, menores são as chances de cura”, afirmou o vice-presidente da Lacc.
 
Ao mesmo tempo, ele lembra que com o diagnóstico precoce, o percentual de sucesso no tratamento pode ser superior a 90%. “É uma questão lógica e matemática, que mostra que, quanto menos disseminada a doença está no organismo, menos invasivo é o tratamento e maiores são as probabilidades de cura através da terapia adotada”, assegurou.
 
Relaxamento
 
Sobre a pandemia do novo coronavírus, ele alerta que houve um relaxamento por parte da população com relação ao autocuidado e aos tratamentos. “Não é novidade para ninguém que os hábitos saudáveis de vida, como uma boa alimentação e a prática regular de exercícios físicos, previne doenças como o câncer. Mas, com a pandemia, muita gente aderiu aos fast-foods, parou de se exercitar e até abandonou o tratamento contra o câncer por medo de se contaminar, o que não foi uma boa ideia” comentou Pinheiro.
 
Ele lembrou que, quando o tratamento é interrompido, as chances de eficácia caem substancialmente durante a retomada. O indicado é que ele seja contínuo, e siga todas as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o momento, como o uso de máscaras, álcool gel 70% antisséptico, distanciamento social, entre outros. “Assim, é possível enfrentar o momento e manter a busca pela cura, afinal, a vida é uma só”, concluiu.

 

Com informações da assessoria de imprensa