Novembro Azul: Síndrome do ‘Super-Herói’ leva homens a morrerem mais cedo que as mulheres, aponta especialista

O rastreio do câncer de próstata é indicado pela SBU para ser feito, anualmente, a partir dos 50 anos.

Novembro Azul: Síndrome do ‘Super-Herói’ leva homens a morrerem mais cedo que as mulheres, aponta especialista

Manaus - A chamada ‘Síndrome do Super-Herói’, que faz com que grande parte dos homens se sinta responsável por resolver todos os problemas à sua volta, colocando a própria saúde em segundo plano, tem sido um dos fatores que contribuem para que parte deles morra, em média, sete anos mais cedo que as mulheres, apontam dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seccional Amazonas. O presidente da instituição no Estado, cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, explica que, a conscientização sobre a importância de se priorizar a saúde e o bem-estar, tem sido um dos principais desafios da campanha Novembro Azul.

Doutor em saúde pública, Figliuolo destaca que, atualmente, mais de 40% dos homens brasileiros têm mais de 40 anos de idade e, com o aumento da expectativa de vida dessa parcela da população, a preocupação com doenças como o câncer de próstata e a redução da mortalidade pela patologia, tornaram-se prioridade para as instituições ligadas à saúde masculina.

A próstata é uma glândula do sistema genital masculino, que fica na frente do reto e embaixo da bexiga urinária. O tamanho dela varia com a idade e tende a aumentar com o processo de envelhecimento.

Figliuolo explica que o câncer de próstata tem vários fatores de risco, como a etnia, produção hormonal, infecções, hereditariedade, dieta rica em gordura, obesidade e até a ausência de exposição à luz solar – neste último caso, há evidências preliminares de pesquisas em andamento que apontam a influência. Mas, o principal fator correlacionado a esse tipo de câncer, é o envelhecimento da população.

“Quanto mais velho, maiores as chances de se desenvolver o câncer, em função das alterações naturais na próstata. Mas, ainda assim, cerca de dois terços dos homens com mais de 40 anos de idade, não fazem o exame de toque retal. Grande parte por puro preconceito. O exame é rápido, eficaz e indolor e ninguém fica menos homem por cuidar da saúde”, destacou.

Segundo o médico, entre as principais causas de morte dos homens, entre 40 e 49 anos, são as doenças crônicas. “Mas, em geral, as principais causas de mortes detectadas na população masculina são, em primeiro lugar, as doenças cardiovasculares e, em segundo lugar, os cânceres”, disse.

Os principais cânceres que acometem os homens são: as neoplasias de pulmão, próstata e intestino. De acordo com o especialista, apesar de ser eficaz, o toque retal, que atualmente é considerada uma das principais armas contra o câncer de próstata, não funciona sozinho. “O toque retal faz parte da avaliação clínica e aponta alterações de tamanho e textura na próstata. Já o PSA (análise de sangue), demonstra alterações hormonais. Um não substitui o outro, pois são exames complementares”, explicou.

Se ambos apresentam alteração sugestiva, o indivíduo é encaminhado para um exame de biópsia, realizado através da retirada de fragmento para análise patológica. Ele é o procedimento que define se trata-se ou não de um câncer e o tipo, algo determinante para a escolha do tratamento adequado.

O rastreio do câncer de próstata é indicado pela SBU para ser feito, anualmente, a partir dos 50 anos. Homens negros ou com histórico de câncer na família, devem iniciar a visita anual ao urologista a partir dos 45 anos.

 

Com informações da assessoria de imprensa