Valor gasto do ‘Cotão’ por parlamentares do AM, em Brasília, poderia comprar mais de 79 mil doses de vacinas da Pfizer e da BioNTec

De acordo com levantamento do site O PODER, o senador Eduardo Braga foi um dos parlamentares que mais gastou com o ‘Cotão’: R$ 860.944,82

Valor gasto do ‘Cotão’ por parlamentares do AM, em Brasília, poderia comprar mais de 79 mil doses de vacinas da Pfizer e da BioNTec
Parlamentares gastaram R$ 8.669.225,34 com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) - Foto: Divulgação

Manaus - Nos últimos 2 anos, 11 parlamentares que representam o Amazonas, em Brasília, – dentre eles deputados federais e senadores – gastaram R$ 8.669.225,34 com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), o famoso ‘Cotão’, oriundo de verba pública.

De acordo com levantamento baseado em dados do Portal da Transparência, os principais gastos durante o período de 2019/2020 foram com passagens aéreas, combustíveis, serviços de apoio ao parlamentar, serviço de segurança, postais e fretamento de jatinhos.

Atualmente, o Amazonas conta com três senadores (Eduardo Braga, Omar Aziz e Plínio Valério), além de oito deputados federais (José Ricardo, Delegado Pablo, Átila Lins, Silas Câmara, Capitão Alberto Neto, Marcelo Ramos, Sidney Leite e Bosco Saraiva).

Se pegarmos o valor gasto pelos 11 parlamentares com o ‘Cotão’ ao longo dos 2 anos, seria possível comprar, pelo menos, mais de 79 mil doses de vacinas da Pfizer e da BioNTec para o combate ao novo coronavírus (Covid-19) ou comprar oito usinas de oxigênio com capacidade para atender 1,4 mil leitos no Estado.

Dos três senadores, Eduardo Braga foi o que mais gastou nos últimos 2 anos, totalizando a quantia de R$ 860.944,82. Segundo o Portal da Transparência, somente em 2019 o parlamentar gastou R$ 519.561,65 com locomoção, hospedagem, alimentação, combustível, contratação de serviços de apoio ao parlamentar, além de passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais.

Já em 2020, ano da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), Braga gastou R$ 341.383,17 com a contratação de serviços de apoio ao parlamentar, além de passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais. Vale ressaltar que um senador da República ganha, todo mês, R$ 33.763 (bruto) e tem mandato de 8 anos.

Já o senador Omar Aziz, em 2019, gastou a quantia R$ 531.315,99 com aluguel de imóveis para escritório político, contratação de serviços de apoio ao parlamentar e passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais. No ano seguinte, 2020, seus gastos foram reduzidos para R$ 74.958,90. Porém, se somados os dois valores, teremos um montante de R$ 606.274,89.

O senador que menos gastou foi Plínio Valério. Em 2019, seus gastos somaram R$ 296.932,06 e, em 2020, R$ 258.980,95, totalizando R$ 555.913,01 com imóveis para escritório político, divulgação de atividade parlamentar, locomoção, hospedagem, alimentação, combustível, contratação de serviços de apoio ao parlamentar, além de passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais.

Deputados federais

Já na Câmara dos Deputados, os oito representantes do Amazonas gastaram, nos últimos 2 anos, a quantia de R$ 6.646.092,62 da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar. Atualmente, um deputado federal ganha mensalmente 33.763,00 (bruto), 30 vezes mais do que um trabalhador comum com o salário mínimo em R$ 1.100.

Dentre os deputados federais que mais gastaram estão em primeiro Marcelo Ramos (R$1.005.263,46), seguido de Sidney Leite (R$ 981.853,36), Silas Câmara (R$ 979.711,83), José Ricardo (R$ 876.118,14), Capitão Alberto Neto (R$ 730.256,6), Átila Lins (R$ 729.788,48), Bosco Saraiva (R$ 669.698,97) e Delegado Pablo (R$ 615.346,37).

Entenda o ‘Cotão’

Segundo o site da Câmara dos Deputados, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) “é uma cota única mensal destinada a custear os gastos dos deputados e/ou senadores exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar”.

Além disso, o “valor máximo mensal da cota depende da unidade da federação que o deputado representa. Essa variação ocorre por causa das passagens aéreas e está relacionada ao valor do trecho entre Brasília e o Estado que o deputado representa”. No caso do Amazonas é R$ 43.570,12.

 

Com informações do Portal O PODER